As minhas emoções ainda estão um bocado a quente, não sei se já tenho capacidade de pôr as palavras no sítio. Foi muito, muito forte mesmo!
Eu na 5ª estava danada: Não é que me marcaram uma reunião para o dia seguinte às 10h! Que raio de ideia!!! Mas que se lixe: Primeiro o concerto, depois logo me preocupo com as sequelas.
Cheguei e depois do stress com a venda do bilhete a mais (CONSEGUI!!! E antes de abrirem as portas!!) cheguei-me logo ao Tata, a primeira de algumas caras conhecidas. É que nomes conheço muitos, agora queria saber quem eram!
O tempo passava… A marcha lenta escada acima, degrau a degrau e cada vez mais. A vaca louca, que perdeu a cabeça com estas três noites mas não parou de cantar (LINDOO!). O equipamento para cima e para baixo a empurrar aquela amigável massa humana de encontro à parede – e toda a gente muito prestável, não é? Todos queriam ajudar a levar as mesinhas! E depois todos para baixo, que a corda não estava lá só para enfeitar. Querem entrar, é em filinha de encontro à parede!!
Esquadrão da morte avança no escuro e sinto em frente a sombra de um muro
Brincadeirinha… Os seguranças eram boa gente, tirando aquele sorriso sádico com que olhavam lá de cima antes de abrirem as portas.
Depois de subir a escada e passar o tal muro, foi o fim do mundo. Transformar toda a energia existente no corpo na concretização de um único objectivo: Um lugar na grade. Corri com quantas forças tinha mas já só lá cheguei com um braço – foi mau já lá haver tanta gente quando entraram os primeiros – mas Que Se Lixe. Já é o suficiente para pôr os casacos lá dentro e forçar a corrente que vem de trás, em ondas de pessoal.
A primeira coisa que me espantou foi ter começado à hora marcada. Certinho! E não me surpreendeu que não se alongassem, no fim do espectáculo, afinal ainda faltavam dois dias para acabar a maratona.
Soube tão bem ouvir por duas vezes aquele “Txau malta! Até amanhã!!!”
Para quem estava à espera que o público – por haver muita gente com menos anos de idade que os Xutos têm de carreira – abrandasse nas músicas mais antigas, Alta Rotação deitou por terra esses receios: Do princípio ao fim, TODOS, sempre a rasgar!! E a força do Esquadrão da Morte, no fim? Já no Se Me Amas (e não só, mas também), o equívoco veio do palco. Ai este rapaz…
Bom, como no dia seguinte havia a tal reunião não me alonguei com loucuras de ir ter com eles. Fiz como já tinha pensado, ao não levar os livros que queria assinados e deixei esse desejo para o dia seguinte.
O caminho para o 2º desejo já foi feito com tanta adrenalina (sabia lá eu… No dia seguinte sim, a adrenalina era TANTA que subi a até à cabeça e ficava a borbulhar por não poder sair. Até doía!!) que comecei por apanhar o metro em sentido contrário. Demos por nós em Carnide!
Ok. Volta para trás (íamos deixando escapar os Restauradores, foi por um triz), chega, tudo em ordem. Hoje já conhecia mais gente e a falta de assunto começava a escassear. Ao entrar, consegui correr mais e aí sim, a grade foi minha!!! Do princípio ao fim do concerto e protegida do moche por uma “parede”: o rapaz que ficou atrás de mim era enorme! Era muito fixe, mas não sei o nome. Sei que uma noite levou com Corvos em vez de Xutos, à conta de um engano no calendário. E olha que para engano, nada mau…
O 2º desejo foi um espanto, apesar de muita gente levar demasiado à letra o Jogo do Empurra. Desses, foi pena terem saído tão poucos pela frente.
Pensão. Ainda não foi desta (nem seria da próxima) que ouvi a minha música. Sim, é minha e toda minha! Acho que no dia em que isso acontecer me sai uma bola de fogo do peito e se funde com as luzes do palco… Já faltou mais!
Não houve (nem ouve) essa mas Nós Dois marcou a posição. Eu sei que há quem considere que os Xutos andam a tocar baladas a mais e “a gente quer é Rock”. Mas eu quero é que se lixem. Que músicas incríveis!!! Bem continuadas com a entrada da Maria!
Bom, já mês estou a perder. Cada música me traz uma lembrança, um desejo, uma sensação diferente e é difícil escrever com a mente a deslizar. O Que Foi Não Volta a Ser lembrou-me o Sudoeste, onde foi acompanhada por fotos dos rapazes quando ainda eram putos, de alma mas corpo também. Barcos Gregos lembraram-me castanhas… E o Mergulho, que desta vez não teve água, nem faíscas, mas também não precisou…
A Casinha, para muita alegria minha, deu-me o prazer de não ser a última música!
Quero deixar aqui os meus parabens aos DaPunkSportif que conseguiram subornar com a sua própria música a malta que berrava pelos Xutos e deixar tudo a saltar! Belíssima primeira parte!
E hoje sim, depois do concerto consegui (quase por artes mágicas… devem ter sido os pozinhos de perlimpimpim) chegar ao pé deles, falar, chatear a pedir fotos e assinaturas. Sim, mais assinaturas. É que agora, se a Segurança Social já não tiver reforma para mim o Conta-me Histórias assinado ainda me pode garantir uns pratos de sopa!
Também tive o privilégio de trocar umas palavras com o Palma e de lhe dizer o quanto gosto do seu trabalho. Mas estava tão eléctrica que nem me lembro bem do que disse mais, provavelmente disparates. E fui tão estúpida que me esqueci de lhe dizer o mais importante (será que o meu tio me desculpa?!!) MULA! Alguém ainda tem por aí aquela foto do burro, que saiu há dias??
Apartes à parte, porque sim ou porque gosto de sobrevalorizar tudo o que de bom me acontece, considero que naquela noite me saiu a sorte grande e a terminação. E isso faz-me sorrir ainda mais; quem me viu estes três dias percebe o que quero dizer.
No último dia eu já não cabia em mim. Acordei tarde mas ligada à corrente, até estava com receio de tomar banho. Ainda por cima a necessária coordenação para ir buscar a t-shirt e chegar à grade ao mesmo tempo – o que consegui, graças ao trabalho de equipa. É bonito ver a união que os Xutos promovem e quem conheceu pessoalmente, como eu, montes de gente familiar do mundo virtual, de certeza também o sente. Muito obrigado a todos vocês que (re)conheci e revi estes dias, agora faz para mim muito mais sentido um encontro algures, num dia qualquer.
Voltando à música: Quando percebi o porquê dos acordes da Casinha tão cedo, emocionei-me como uma Madalena. Grande Milú, uma senhora tão bonita quanto em jovem, com a distinção que a idade lhe deu, bem mereceu aquela homenagem. Podia já ter ouvido falar deste fenómeno, mas duvido que o imaginasse assim! Aliás, duvido uma ova! As suas expressões do princípio ao fim da música disseram tudo. E mesmo agora volto a emocionar-me… Isto é que é uma porra!
Depois, há que reconhecer, o público falhou. Não todo, mas Busca e Outro País deixaram ouvir bem se o Tim estava afinado! Ele ria, com aquela mania de percorrer as 1as filas a pente fino quando canta velhas glórias. O Gui até esticava as orelhas!! Mas já Toca e Foge, Quero-te, Se Me Amas, e até I Love To Play foram rasgadinhas até à medula! Ou os jovens as sabiam ou os “cotas” estavam possuídos!!
Pela minha parte sinto-me renascida. Apesar de a Marta ter corrido comigo e não me deixar ir lá dentro (nem era por mim, era pela minha cunhada…) sinto-me como se toda a minha energia acumulada tivesse sido substituída por outra nova, prontinha a usar mas à espera da sua vez.
Estou à espera…
Espero não ter de esperar muito!
Desculpem ter-vos tomado tanto tempo (se leram), mas elas foram saindo… Estas três noites serão das melhores para recordar, mesmo contando com as que ainda estão para vir. Conto com, daqui a 4 anos, um especial XXX. Material para isso há com fartura…