Este ano o meu aniversário não teve desgostos, como o ano passado com o desaparecimento do Inca. Mas no dia seguinte não falhou: A filha dele, a Binca, saíu e não voltou.
O gato Miska anda desde essa altura completamente prostrado. Não brinca, não sai, pouco come... Esconde-se a dormir o dia inteiro, ou parado no jardim a olhar para longa. De vez em quando faz um miau triste e melancólico...
O cão Ky passa os dias a correr ao longo do muro: ladra e fica à escuta. Depois corre para a outra ponta, volta a ladrar e a ficar à escuta. E assim passa o tempo, até se deitar triste.
De nós nem falo, foi mais um pedaço arrancado. Por este andar, não tardará a sobrar pouco, um restinho esfrangalhado.
A minha gatinha que não miava, só fazia barulhinhos meigos. A mais amiga do Ky até hoje, não havendo uma vez que passasse por ele sem lhe dar marradinhas. Filha do Inca, brincou com o Poppy enquanto ele por cá andou, ensinou o Miska a caçar, çlutar e a ser um gatinho crescido. E a nós ensinou-nos que gostar nunca é em excesso, mas dói muito. Dói sempre..