Um pouco de férias I - Aldeia da Senhora da Peneda
A aldeia da Senhora da Peneda, no Gerês, é uma terrinha pequenina num vale, no meio da serra.
Tem uma espécia de Via-Sacra (espécie porque na verdade as estações representam várias passagens desde o nascimento de Cristo até à sua crucificação) em capelinhas com imagens em tamanho real, ao longo de uma escadaria respeitável. Via gloriosa, descendente; via dolorosa, ascendente - Quem diria!!). Deviam ver o musculo nas pernas das velhinhas que diariamente a percorrem de terço em riste, quais carpideiras, sei lá quantas vezes ao dia (Cá para mim, são pagas pelo Turismo da região...). Ao cima das escadas, o Santuário.
Ora, quem acha que a descida pelas escadas é dolorosa (ou respectiva subida, vai dar no mesmo. A sério!!) é porque não olhou para cima. O calhau que zela pela aldeia oculta nas suas "traseiras" dos mais belos prados que já vi! Planícies imensas que se descobrem ao "dobrar a esquina", bem lá no alto (planaltos, portanto) e que ao ser atravessados e ultrapassados em caminhos que surgem apenas à medida que se caminha, se desdobram em outros tantos lagos e prados. Um não terminar de surpresas, muitas por descobrir em próximas passagens.
A paz dos Barroseiros cor-de-laranja, com uma amplitude de cornos admirável e dos olhares mais meigos que já vi, esparramados ao sol da tarde com a pressa de quem tem todo o tempo do mundo.
O megalito IMENSO no meio do lago. Só um. De onde é que aquilo terá vindo a rebolar...
Os troncos e ramos semi(?)-petrificados, secor e córneos.
O céu e claro... A sombra das nuvens no chão. Algo que sempre me encantou...
Só para terem uma pequena ideia: Na descida, +- a meio caminho olhei para baixo, para a aldeia. Estiquei o braço e medi-a à vista. Não chegava à largura da minha mão.
Foi uma subida e pêras. Duas horas e tal para lá chegar, com muuuuitas paragens pelo caminho: Para descansar, para esperar, para beber água, para cair no chão, para desesperar com a ausência da meta, para tentar manter a calma, para tentar recuperar a consciência, para que sim porque não sei mais nada.
Sei apenas que se estivesse, naquele último troço de calhau a pique, em plena posse das minhas faculdades... A paranóia com as alturas tinha-me bloqueado ali. Assim fui andando, apenas porque já não era coerente voltar para trás. Só um bom bocado depois de chegar comecei a ver o que me rodeava. E sabem que mais?
VALEU MUITO A PENA!!
E como eu costumo dizer... Enquanto for sobervivendo a estas férias, a minha preparação física só pode melhorar!